sábado, 16 de agosto de 2008

Paulicéia etílica

São Paulo é a cidade
onde se bebe cerveja belga
em botequim descolado

Calderetas e taças ostentam logos
nas mesas espraiadas pelo
Brooklin, Campo Belo e Moema

No alívio das sex-tas-feiras
cindidas entre stress e esperança
sobram mulheres no salão

terça-feira, 15 de julho de 2008

Manhã de Sol (Exercício - Oficina férias - 15/07/08)

A partir de 12 palavras previamente escolhidas pela maioria do grupo, os alunos deverão criar um texto de até 15 linhas utilizando na seqüência e SEM REPETIÇÃO as 12 palavras abaixo:

ABRUPTAMENTE
VOZES
SERENO
VERDADE
ROSAS
SUSPIRO
MANHÃ
ANGÚSTIA
ZODÍACO
INTENSO
ESTAMPIDO
ATÍPICO

MANHÃ DE SOL

Maria caminhava pelo jardim botânico quando abruptamente ouviu umas vozes estranhas. Parou e passeou os olhos pelas folhagens ainda cobertas de sereno tentando descobrir de onde vinham. Nada. Será que isso é um sinal, se perguntou enquanto voltava a andar. Por um instante pensou que não fossem de verdade e nem as tivesse ouvido. Viu rosas em um canto e sorriu com um suspiro. Aqueles intrincados de pétalas foram o primeiro alívio na manhã em que sentia tamanha angústia que nem as previsões mais misteriosas do zodíaco explicavam. Passado o breve encanto das flores, o aperto no peito tornou-se ainda mais intenso. Súbito, o estampido. Seco, forte. Atípico, se sua cidade não vivesse sob balas perdidas. Coração disparado, pouco a pouco Maria se refez do susto e continuou em busca do silêncio que a levasse a decifrar seus enigmas.

domingo, 29 de junho de 2008

CÓSMICA

Sou
Sol e Lua

Reflito

Alegria pelas manhãs
Umas noites melancolia

Assim

Mistério é sincronizar
o ritmo desse silêncio infinito
na freqüência antinatural do mundo
Conta agenda rito

Viver é malabarismo

Ao fim

sábado, 28 de junho de 2008

SARAU

(Para Helena)

Na boca da noite
a samambaia do alpendre
palita um hai kai

domingo, 8 de junho de 2008

Reflexo

Manhã de neblina
A moça mecha ao ombro
cintila o sol

Relance

Canto de cigarras
Arisca na rocha quente
olha a lagartixa